Antônio,
Como homem cabra macho que sou, só tenho medo mesmo de duas coisas: mulher e agulha. O medo, porém, não pode nos paralisar, temos que enfrentá-lo de frente. Por isso talvez eu tenha me rodeado de mulheres e resolvi fazer um piercing, afinal estou na Índia, tudo aqui é tão limpo e organizado, me pareceu a idéia perfeita.
Eu já estava com essa idéia desde dezembro, mas não tinha encontrado um lugar legal pra fazê-lo (ou estava só adiando, é uma p*** agulha afinal!!!). Chegando em Pushkar eu encontrei um lugar, tomei coragem e fui lá um dia, eu e uma gata pra segurar minha mão, claro.
Falei com o cara, ele parecia mais ou menos sério, o lugar era relativamente limpo para padrões indianos, eu estava pronto, se pensasse muito ia desistir.
Segui firme e forte, ele me deu a agulha para inspeção, era nova e estava lacrada, o que era bom, o que não era bom era o tamanho da danada, devia ter uns 7 cm de comprimento e a bitola não era das mais amigáveis. O camarada limpou tudo direitinho com um álcool cirúrgico e ele também estava pronto.
A Nerea que tinha ido comigo única e exclusivamente para segurar a minha mão, preferiu segurar a minha câmera, eu então tive que passar por essa experiência quase traumática abandonado à minha própria sorte enquanto ela se divertia registrando o meu sofrimento.
O brother colocou um instrumento no meu nariz, ele é tipo um guia para a agulha, a hora tinha chegado, ele me disse que ia ser de boa, não ia doer e que eu nem podia chorar. Eu reclamei, afinal chorar é tão bom, mas falei que tudo bem.
Ele, então com sua espada na mão, quer dizer, agulha na mão, eu com o olhar vidrado, olhando nos olhos do meu torturador, ele com o semblante tranquilo me atravessava o septo com uma agulha má e afiada.
Eu sabia que ia doer, mas eu achava que ia ser de boa, não foi. Que dor! A única vontade que eu tive era de gritar um belo palavrão, não existe melhor maneira de aliviar a dor física (essa também é uma técnica muito antiga usada até hoje em larga escala por várias culturas), mas eu tinha que ficar imóvel, pelo menos assim eu pensava. Lágrimas escorreram sem eu me dar conta, foi duro e rápido, a dor foi momentânea, o susto demorou um pouco mais.
Passado o susto, continuamos na loja, uma guria novinha ia fazer sua primeira tatuagem e estava nervosa, a Nerea se sensibilizou e ficou lá, do lado da gatinha segurando sua mão. Como são as coisas, eu levei minha seguradora de mão particular que não segurou a minha, mas segurou a mão da primeira gata que apareceu. Nem sempre as coisas saem como o planejado, acostume-se com esse fato. Logo depois dessa tattoo era a vez da Jane furar a orelha mais três vezes, continuamos por lá dando o nosso suporte. Finalmente a loja estava vazia e decidimos ir logo antes que chegasse mais alguém precisando de um apoio moral. Enquanto íamos, conversando com a Jane ela disse que desenhava septum piercings e que tinha uns pra mim. Agora eu tenho minha própria designer de jóias, TRIP Jewellery. E ela é de Berlin, onde coincidentemente também se encontra minha loja favorita de chapéus.
Então, moleque, saiba que piercing dói, dói muito! Ou em português mais claro, dói pra caralho!!!
Corajoso não é quem não tem medo, mas quem vai lá e enfrenta, nunca deixe de fazer nada, por medo, nem que seja um piercing no nariz.
Se cuida por aí!
Um beijo do Dindo!
Como homem cabra macho que sou, só tenho medo mesmo de duas coisas: mulher e agulha. O medo, porém, não pode nos paralisar, temos que enfrentá-lo de frente. Por isso talvez eu tenha me rodeado de mulheres e resolvi fazer um piercing, afinal estou na Índia, tudo aqui é tão limpo e organizado, me pareceu a idéia perfeita.
Eu já estava com essa idéia desde dezembro, mas não tinha encontrado um lugar legal pra fazê-lo (ou estava só adiando, é uma p*** agulha afinal!!!). Chegando em Pushkar eu encontrei um lugar, tomei coragem e fui lá um dia, eu e uma gata pra segurar minha mão, claro.
Falei com o cara, ele parecia mais ou menos sério, o lugar era relativamente limpo para padrões indianos, eu estava pronto, se pensasse muito ia desistir.
Segui firme e forte, ele me deu a agulha para inspeção, era nova e estava lacrada, o que era bom, o que não era bom era o tamanho da danada, devia ter uns 7 cm de comprimento e a bitola não era das mais amigáveis. O camarada limpou tudo direitinho com um álcool cirúrgico e ele também estava pronto.
A Nerea que tinha ido comigo única e exclusivamente para segurar a minha mão, preferiu segurar a minha câmera, eu então tive que passar por essa experiência quase traumática abandonado à minha própria sorte enquanto ela se divertia registrando o meu sofrimento.
O brother colocou um instrumento no meu nariz, ele é tipo um guia para a agulha, a hora tinha chegado, ele me disse que ia ser de boa, não ia doer e que eu nem podia chorar. Eu reclamei, afinal chorar é tão bom, mas falei que tudo bem.
Eu sabia que ia doer, mas eu achava que ia ser de boa, não foi. Que dor! A única vontade que eu tive era de gritar um belo palavrão, não existe melhor maneira de aliviar a dor física (essa também é uma técnica muito antiga usada até hoje em larga escala por várias culturas), mas eu tinha que ficar imóvel, pelo menos assim eu pensava. Lágrimas escorreram sem eu me dar conta, foi duro e rápido, a dor foi momentânea, o susto demorou um pouco mais.
Então, moleque, saiba que piercing dói, dói muito! Ou em português mais claro, dói pra caralho!!!
Corajoso não é quem não tem medo, mas quem vai lá e enfrenta, nunca deixe de fazer nada, por medo, nem que seja um piercing no nariz.
Se cuida por aí!
Um beijo do Dindo!